segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Animes e a síndrome dos cinco primeiros episódios - Parte primeira

Uau, já é 29 de agosto e até agora eu não tinha escrito nada por aqui nesse mês... Segundo minhas contas eu nunca tinha ficado um mês sem postar, desde que comecei o blog. Mas o que importa é que ainda não será dessa vez, antes tarde do que mais tarde ainda!

Hoje resolvi falar sobre um assunto que me veio espontaneamente à cabeça após passar praticamente um dia inteiro pesquisando novos animes e experimentando alguns episódios para ver se realmente me agradavam. E é aí que está o problema e o assunto do post: nenhum deles conseguiu me prender a atenção o suficiente para me deixar ansioso para assistir os episódios seguintes. E não falo só do dia de hoje; noto que isso vem acontecendo comigo há um bom tempo. Quando vejo a quantidade de pastas de animes que estão se acumulando na minha pasta de "Downloads", e principalmente, quando leio os nomes dos animes e não consigo sequer lembrar quais as suas temáticas, percebo que está ficando cada vez mais difícil achar animações japonesas que me façam passar dos 5 primeiros episódios.

Portanto, parei para pensar: "Por que diabos isso está acontecendo comigo?" Não sei a resposta, mas tentarei nesse texto identificar alguns dos possíveis motivos.

O primeiro pensamento que me ocorreu, não vou mentir, foi a possibilidade de que talvez eu já esteja ficando velho demais para os animes. Afinal, estou na fase da vida em que, teoricamente, eu ainda deveria ter a disposição da infância mas, com ela, responsabilidades e compromissos. Portanto, será que não seria o meu sub-consciente tentando me dizer: "Ok, 21 anos, já está na hora de arranjar um emprego, uma namorada, começar a pensar no futuro e parar de assistir desenhos bebendo Nescau."

Entretanto, uma vez que atualmente é possível encontrar um sem número de animes com temas adultos, incluindo aí as mais variadas conotações da palavra (se é que me entendem), esta hipótese inicial pode ser facilmente descartada. Ergo Proxy, Akira, Monster, Berserk, Evangelion, Claymore, Rainbow e Aki Sora que o digam. E nem tive que citar os hentais...

De qualquer modo, isso logicamente nos leva à segunda hipótese: será que estou tão "crescidinho" que nunca mais poderei ver um inocente Dragon Ball ou um Sakura Card Captors da vida? Talvez. É duro admitir, mas sobre o primeiro, baixei alguns episódios para matar a saudade, e rapidamente perdi a paciência.

Por outro lado, como é que o mesmo cara que desistiu facilmente de assistir de novo DB conseguiu manter-se firme até mais do que a metade de Asu no Yoichi, um anime que, apesar de não tão ingênuo, nem de longe possui o mesmo apelo, fama e reconhecimento daquele? E se voltarmos não muito no tempo, como poderia eu ter assistido até o final (e me divertido com) animes como Ichigo 100% e Love Hina, que - longe de mim querer desmerecer essas obras, mas - não passam de historinhas da vida escolar e romances manjados? Todos estão cansados de conhecer aquele menino certinho que fica sem jeito em meio à maioria feminina, que por forças do destino acaba se metendo em confusões constrangedoras e sendo injusta porém comicamente taxado de pervertido, somente para mais tarde se redimir com um ato nobre que restaura temporariamente a confiança das meninas, e que lá do meio pro final da trama nutre secretamente um ardente amor pela mais bonitinha delas, sem nunca conseguir expor claramente seus sentimentos em relação à moça, seja por timidez, insegurança ou interrupções de terceiros em momentos cruciais. E as pessoas, mesmo assim, ainda veêm isso!

Portanto, acredito que não seja a temática o principal fator a me fazer desistir de ver o anime. Mas se também não é isso, o que mais pode ser então?

Usando pela terceira vez o exemplo de Dragon Ball, e comparando-o com Ichigo 100%, observa-se a seguinte diferença gritante: enquanto um é composto de numerosos 153 episódios, o outro consegue contar sua história em apenas 12! Ok, 13 se contarmos o episódio especial, e 17 se contarmos os OVA's, mas ainda assim... São vários milhares de minutos a menos. O quão conveniente isso pode ser para um jovem vivendo em pleno século XXI, o século da informação, da hiperativiade e do imediatismo? Muito, eu lhes digo. Por que ver 1 anime de 153 episódios, quando se pode ver 6 de 26, ou melhor ainda, 12 de 13?

De fato, tenho reparado que muitos dos animes que concluí nos últimos anos foram desses curtinhos, de 12 ou 13 episódios. Em especial, o penúltimo foi Highschool of the Dead (que na realidade foi um caso extraordinário, pois parei e retomei várias vezes), e o último, Freezing. Tá bom, então finalmente descobri porque não consigo me entusiasmar com os animes recentemente, é porque tenho preguiça de assistir quando ele é mais longo... Mas seguindo essa lógica, a esmagadora maioria dos animes é curta (até 26 episódios), então, escolhendo animes ao acaso, não seria razoável supor que eu terminasse a maioria deles (o que não corresponde à realidade)? Se fosse essa a razão, eu nunca teria visto Hajime no Ippo até o fim (inclusive o New Challenger e o filme). E quem realmente me conhece sabe que eu considero HnI um dos animes mais fodas já feitos. Ainda seguindo o raciocínio, eu teria concluído quase a totalidade dos animes curtos que eu já baixei para assistir, como o Asu no Yoichi, mencionado anteriormente, que falei que só consegui ver até mais ou menos a metade (7 episódios, creio eu). Ou seja, tem algo errado aqui também.

Adicionalmente, tenho percebido que, em alguns animes, até consigo ser fisgado nos primeiros 2 a 5 episódios, mas logo depois, talvez devido a um cadenciado desenvolvimento do enredo, acabo perdendo grande parte do interesse inicial. Foram os casos de, pasmem, Full Metal Alchemist, considerado por muitos o melhor anime da década passada, mas que não me convenceu depois de 10 episódios, e nos últimos dias, de Flame of Recca, que me agradou no primeiro episódio, mas nos seguintes revelou sua mediocridade.

Por fim, tenho perdido a paciência com animes estruturados de forma a iniciar e resolver uma situação a cada episódio. Samurai Champloo, por exemplo. O objetivo era sempre "achar o samurai dos girassóis", ou algo assim, mas em cada episódio o grupo de viajantes chegava num lugar diferente e enfrentava um problema diferente (salvo algumas exceções). Ao final do episódio, tudo se resolvia e eles seguiam adiante. Em outras palavras, são várias "micro-histórias" fechadas que formam o todo. Nada contra, já vi muitos animes com este tipo de divisão narrativa, mas o grande problema é que isso enfraquece um dos requisitos mais importantes para manter alguém acompanhando uma série televisiva: a expectativa.

No próximo post, veremos como a presença de expectativa poderia afetar a minha vontade (e creio que a de muitos) de continuar assistindo um anime qualquer. Até lá!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Liberdade

Não importa o quão desanimados estejamos, a chegada de um período de férias sempre empolga e nos faz sentir mais leves. É verdade que não são férias absolutas, mas só o fato de ter passado nas disciplinas e não ter mais aulas já serve pra revigorar os ânimos.

O mais legal das férias é que podemos retomar algumas atividades de que gostamos e que inevitavelmente são deixadas de lado no período letivo. Uma delas é voltar a jogar aqueles jogos que exigem mais tempo e dedicação - tal como os MMORPG's (não é o caso) -, ou aqueles que te viciam facilmente e, quando você vê, já está há mais de 5 horas com a bunda enterrada na cadeira/poltrona/sofá jogando aquela merda. Um ótimo exemplo é o "game-sensação" Minecraft, no qual você pode construir, alterar e destruir completamente o mundo à sua volta da maneira que quiser, criando seja lá o que vier à sua mente.

Nas férias de verão eu já havia tido a pretensão babaca de construir uma estátua tridimensional gigante do Mario, o que se revelou um desafio tão grande que acabei desistindo. Dessa vez, fui um pouco menos megalomaníaco e mais coerente com minhas próprias habilidades arquitetônicas, e o resultado foi esta bela moradia que vocês vêem abaixo (talvez seja melhor clicar na imagem para ampliar).


E para quem acha que agora eu só sei falar de games (se bem não estaria muito longe da verdade, mas enfim), outra atividade retomada nessas férias de inverno foi, na realidade, a conclusão de um anime que eu já estava há muito tempo me enrolando para terminar. Eu via alguns episódios, depois me esquecia de baixar o resto, depois reiniciava tudo para lembrar a história e os personagens, depois parava, depois retomava, depois parava de novo... Até eu resolver que agora era hora de finalizar de vez com isso. E para falar a verdade, o final de Highschool of the Dead foi meio decepcionante. Ok, nem foi um "final", pois claramente percebe-se a intenção de continuar a história em uma segunda temporada. Mas podiam ter dado uma caprichada pelo menos no episódio final, para concluir com mais estilo a primeira temporada. Talvez o OVA tenha saído para, de alguma forma, "consertar" isso e presentear os fãs. E, realmente, que fan service, hein?


Poder ler também é sempre bom. E é ainda mais agradável perceber que você chegou na metade do livro sem esforço nenhum; pelo contrário: O Fim da Eternidade se mostra uma leitura fácil, dinâmica, prazerosa e deveras interessante, principalmente para os amantes da ficção científica de qualidade, tal qual a que só mestres como Isaac Asimov sabem fazer. Imagine a Realidade e a História da Humanidade como algo perfeitamente mutável. Se no século 395, digamos, há uma terrível guerra que compromete a evolução da sociedade, bastaria um homem, por exemplo, mudar de lugar um objeto numa determinada prateleira de uma determinada casa e então, voilà! Algumas personalidades foram alteradas, outras pessoas deixaram de existir, mas não há mais guerra nenhuma neste século! Esta é a premissa básica em OFdE.


Por enquanto essas são as novidades, não houve tempo para que acontecesse muita coisa ainda, mas espero conseguir aproveitar as férias para escrever um pouco mais aqui. Sendo assim, aguardem, provavelmente sairão posts com mais novidades, algum post de opinião caso surja uma ideia boa, etc. Té mais!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mais um post de mim, sobre mim, para mim.

Três trabalhos para entregar e uma prova para estudar em menos de três semanas. Mal comecei a escrever o primeiro dos trabalhos e tampouco estudei para a prova. Pelo menos estará tudo acabado lá pelo dia 6, se tudo transcorrer bem (leia-se: se eu não pegar nenhum exame). Bem, quase tudo; depois disso ainda estarei atarefado com a bolsa de iniciação científica até o último dia de julho, e ainda terei que redigir um relatório de prestação de contas, ô saco. Mas o que posso dizer, estou sendo pago...

A parte boa de ter muitos trabalhos e poucas provas é que não é preciso estudar muito. Quando você escreve um relatório científico até pode-se dizer que você está estudando, mas de um modo diferente; não é a mesma coisa que se preparar para uma prova.

Aliás, é quando passamos a definir desnecessidade de estudo como algo positivo que percebemos que estamos provavelmente tomando o caminho errado. Quando o estudo passa a se tornar uma atividade maçante, estressante, desinteressante e alienante, é sinal que há alguma coisa errada. O estudo era pra ser um momento de absorção de novas ideias, deveria fascinar e incentivar a contíbua busca por crescimento intelectual, e não ser uma tortura. Quando você não tem mais motivação nenhuma para pegar um livro, resolver exercícios e admite que não aguenta mais estudar, e sobretudo quando você percebe isso aos meros 21 anos de idade, é hora de mudar. Afinal de contas, viver é rir ou mudar.

Portanto, chega de insistir. Quanto mais cedo se muda, mais cedo se acerta ou se erra, e no segundo caso se muda novamente. Corre-se o risco de nunca acertar, mas é melhor do que se conformar e depois perceber que perdeu meia vida ao persistir numa decisão errada, e pior ainda, perceber que já não pode mais voltar atrás. É melhor tentar ser e falhar do que ficar eternamente se perguntando se poderia ter sido.

Em breve estarei entrando em uma nova fase, uma fase de mudanças, como já foi ressaltado no parágrafo anterior. E sabe-se lá o que estará por vir, resta torcer para que coisas boas. Me lamento por ter demorado tanto tempo, pois a vida passa e algumas coisas podem se tornar irreparáveis, mas antes tarde do que nunca, como já dizia o ditado.

Esse texto poderia ser considerado como um desabafo, mas prefiro pensar que só estou colocando o leitor a par da minha situação atual e invocando sua torcida por um futuro menos nebuloso. Se bem que não acho que ainda possua muitos leitores, ainda mais com a maneira como esse blog têm sido deixado de lado nos últimos meses. Por isso gostaria de pedir desculpas a qualquer um que ainda se preste a visitar o blog periodicamente, na esperança de encontrar posts novos com assuntos minimamente razoáveis.

É que é difícil se empolgar para escrever sobre qualquer assunto quando você já não consegue encontrar tanta motivação no seu cotidiano de um modo geral. Não vou mentir: de fato, poucas coisas ainda me motivam a seguir em frente. Uma delas é o canal do YouTube (que tem dado bastante trabalho, mas me rendeu bons elogios e também algumas amizades).

Não queria acabar o post tão depressivo (e definitivamente não deveria expor publicamente tanto sobre assuntos pessoais), mas foi inevitável. Peço a compreensão de todos e bola pra frente, dias melhores virão! Té mais.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Orgulho Nerd e Toalha: o que diabos tem a ver?

É de conhecimento geral da nação - ou pelo menos deveria ser - que no dia de hoje, 25 de maio, se comemora internacionalmente o Dia do Orgulho Nerd. Mas se você tiver o mínimo de informação sobre o assunto, perceberá que grande parcela dos nerds se refere à data como o Dia da Toalha. Muita gente acaba se perguntando: Mas que porra é essa? O que tem a ver o orgulho nerd e as toalhas?


Alguns acham que é uma simples coincidência, ou seja, que algum desocupado qualquer resolveu de uma hora pra outra, aparentemente sem motivo nenhum, que no dia 25 de maio seria homenageada a invenção da toalha, e depois um outro desocupado decidiu que os nerds deveriam ter um dia pra eles, que por obra do acaso acabou sendo escolhido na mesma data. Mas se fosse esse o caso, então por que muitos nerds insistem em se referir à data como o Dia da Toalha, e não como o Dia do Orgulho Nerd (o que faria muito mais sentido)? Por causa dessa confusão toda, resolvi fazer esse post, explicando um pouco da história por trás da escolha dessas duas datas comemorativas, e no final você compreenderá que temos mais do que uma mera coincidência ligando-as.

Seguindo a ordem cronológica dos fatos, temos primeiro a criação do Dia da Toalha, que foi celebrado oficialmente pela primeira vez no dia 25 de maio de 2001. Entretanto, por razões de coesão textual, começarei pelo Dia do Orgulho Nerd.

O Dia do Orgulho Nerd aconteceu pela primeira vez na Espanha em 2006. Muitos nerds saíram às ruas para demonstrar publicamente suas paixões pelas mais variadas nerdices, usando desde referências a obras clássicas de ficção científica como Star Wars e Star Trek até atuações de um Pac-Man humano. O "evento" ganhou bastante apoio e divulgação através da internet e a notícia foi se espalhando pelo mundo todo, tomando proporções cada vez maiores ano após ano.


O dia 25 de maio foi escolhido devido à estreia do primeiro filme da série Star Wars ter ocorrido nesta data, em 1977. Pessoalmente acho que não poderia ter havido mais simbólica; 19 a cada 20 nerds catalogam pelo menos um dos filmes da trilogia original como uma das melhores obras cinematográficas já criadas na história da humanidade.

Ok, agora que já sabemos as origens do Dia do Orgulho Nerd, prossigamos para o Dia da Toalha (e a partir daqui começa a parte interessante da história toda). No Dia do Orgulho Nerd as pessoas celebram o fato de serem adeptos da cultura nerd, certo? Então é razoável supor que no Dia da Toalha as pessoas celebrem a utilidade e a importância das toalhas em suas vidas, correto? Sim, em termos... Mas esse não é o ponto crucial da questão. Aí é que está a confusão toda.

Na verdade o Dia da Toalha foi criado para homenagear o escritor britânico Douglas Adams, que havia falecido em 11 de maio de 2001, e sua série de livros famosíssima (pelo menos entre os nerds), O Guia do Mochileiro das Galáxias. A primeira homenagem foi feita no dia 25 de maio, exatamente duas semanas após a morte do escritor. Entretanto, fãs começaram a discutir para que se mudasse a data comemorativa para 42 dias após o falecimento, devido ao fato de a resposta suprema para todas as questões universais e existenciais ser o número 42. Mas por motivos obscuros e incoerentes o dia 25 de maio acabou sendo aceito em definitivo.


Bom, já está claro que o Dia da Toalha foi estabelecido por fãs de Douglas Adams, e daí pode-se naturalmente compreender a relação do Dia da Toalha com o Dia do Orgulho Nerd, pois como a maior parte dos fãs de Douglas Adams é composta de nerds, então conclui-se que as duas datas são majoritariamente festejadas por nerds. E incrivelmente as duas comemorações coincidem no mesmo dia do ano, mesmo tendo motivos diferentes para a escolha da data!

Certo, mas ainda resta uma pergunta: qual a razão da porra da toalha? Por que chamar de "Dia da Toalha", ao invés de "Dia do Mochileiro das Galáxias" ou algo assim? Aí entra mais uma peculiaridade da história criada por Adams, que consiste em ele destacar nos livros a importância da toalha para os "viajantes da galáxia", nas mais variadas e inimagináveis situações (e sim, essa parte eu copiei descaradamente da Wikipédia). A escolha do nome "Dia da Toalha" foi uma brincadeira com isso.


Espero que o post tenha sido útil para esclarecer essa confusão toda de nomenclatura. É isso, té mais!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Protesto Preço Justo


Então pessoal, acredito que a maioria já tenha conhecimento do assunto que nomeia o post de hoje, mas de qualquer forma vou explicar rapidamente.

O Preço Justo é um manifesto idealizado pelo vlogueiro Felipe Neto (se você não conhece ele, procure por "Não Faz Sentido" no YouTube), que tem por objetivo unir a população brasileira na luta contra os impostos abusivos cobrados por produtos importados das mais diversas áreas, como jogos e produtos eletrônicos por exemplo.

Eu não sou fã e tampouco acompanho os vídeos do Felipe Neto (já assisti a um ou dois vídeos há muito tempo atrás); nem mesmo simpatizo com o maluco, mas devo admitir que ele merece créditos por esta iniciativa tão legal. Faz tempo que não se vê uma mobilização social de grandes proporções nesse país, para qualquer que seja o motivo. Hoje em dia todo mundo é muito acomodado e conformado. E o Felipe Neto é justamente um cara que tem potencial para provocar alguma mudança e fazer a galera desgrudar a bunda da poltrona em prol de um objetivo comum, em vez de só ficar naquele papo alienante das modinhas e outras irrelevâncias. Portanto, exponho meu total apoio ao manifesto Preço Justo, e por este motivo estou ajudando a divulgar aqui no meu blog.

Eu até falei em levantar a bunda da cadeira, mas na verdade para participar é bem mais fácil do que isso: basta entrar no site do Preço Justo, cadastrar seu nome completo, CPF ou RG e seu e-mail, e clicar em "Participar". Ali no site também tem informações mais detalhadas, bem como o vídeo do Felipe Neto que deu origem ao protesto.

Peço a todos que participem e, mais importante ainda, divulguem de todas as formas possíveis para o maior número de pessoas que puderem. É muito fácil galera, não tem desculpa pra não querer ajudar. Vai continuar sendo um pau-mandado ou quer mudar a história do Brasil?

Té mais! 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eu não acreditava...

...em amor à primeira vista, mas depois de ver isso é difícil que a primeira reação não seja querer casar com ela.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Resgate de uma era

No momento em que começo a escrever essa frase, meu relógio marca 00:27 da noite, estou sem sono, não há muito o que fazer já que estão todos dormindo. Estou esperando a conclusão do download de um filme (está lentíssimo, por sinal), não posso gravar vídeos dos meus games (pois acordaria todos ao fazer os comentários) e até estou tendo que digitar vagarosamente e com cuidado para não fazer barulho.

Na falta de passatempos e de um assunto melhor prara escrever, hoje vou falar um pouco sobre algumas lembranças dos tempos de ouro da minha infância.

E o pior é que a expressão "tempos de ouro" pode muito bem ser levada ao pé da letra, já que uma das minhas primeiras recordações diz respeito aos incansáveis Cavaleiros do Zodíaco, com suas armaduras reluzentes. Que garoto não teria sido fascinado pelos combates violentos e sanguinolentos, pela fé e persistência dos cavaleiros de bronze protetores da Deusa Atena, e pelas mais belas e legais armaduras que já se viu num desenho animado? Eu assistia aos episódios na TV, colecionava os bonecos, alugava os filmes em VHS, desenhava armaduras de papel, cortava-as e vestia-as, colando na roupa com fita adesiva, comprava qualquer bugiganga que levasse o nome deles. Eu tinha até um jogo de dominó e uma lancheira dos CdZ.

Pai, pode me comprar uma dessas?

Mas eu não poderia citar os CdZ se não me comprometesse a também falar do mais veloz ouriço azul colecionador de anéis e de Esmeraldas do Caos que se tem notícia. Se tu não sabes do que estou falando, nem continue lendo, vá embora e não retorne; não conhecer Sonic faz de você indigno de acompanhar este blog.

Sonic de fato foi um dos principais heróis da minha infância, e é triste que não me lembre ao certo o porquê, como tudo começou, quem ou o quê me apresentou a ele. Hoje em dia eu sei que Sonic conseguiu sua fama e popularidade ao rivalizar com o já estabelecido Mario, numa disputa entre Sega e Nintendo pela maior parcela do mercado de games na década de 90. Mas o fato é que eu conhecia o Sonic muito antes de sonhar em ganhar meu primeiro videogame. E também não me lembro de assistir algum desenho animado do Sonic ou algo assim (a não ser depois de mais velho, quando o desenho passava nas manhãs da Rede Globo, creio eu).

Ah, a saudável competição empresarial...

Pesquisando no Wikipédia, descobri que o desenho Adventures of Sonic the Hedgehog teve sua transmissão original no Brasil (pela Globo mesmo) em 1993. Será que eu vi nesta época? E, se é que vi, por que raios eu teria um bloqueio tão grave de memória, tendo em vista que Sonic definiu a minha infância de forma tão importante quanto os CdZ, de cujo anime me lembro tão perfeitamente? Bom, talvez porque eu tinha só 3 anos de idade... Contudo, me lembro bem de um conjunto de roupas do Sonic que minha mãe comprou e de um almanaque com várias histórias em quadrinhos do ouriço, que eu usava com base para desenvolver minhas habilidades artísticas com lápis e papel.

Sonic lembra Sega, e Sega lembra outra parte muito feliz da infância, que foi quando eu e meu irmão ganhamos, de presente, nosso primeiro e lendário videogame, o Sega Saturn. Mas antes de falar do dito cujo, deixe-me explicar o contexto histórico da época.

Um console de videogames, no Brasil, se ainda hoje é artigo de luxo, imagine nos anos de mil, novecentos e lá vai pedrada. Era o sonho de toda criança, a máxima realização pessoal que se podia atingir. Do seleto grupo dos afortunados agraciados com um aparelho de jogos eletrônicos, a grande maioria - pelo menos de acordo com minhas observações à época - tinha um Super Nintendo, e o restante tinha o Sega Genesis, ou mais conhecido como Mega Drive. Claro, às vezes se encontrava alguém com um Atari 2600 herdado dos pais ou algo assim, mas aí já era mais raro.

Os queridíssimos da garotada dos anos 90.

Me lembro de ter ido uma vez ao shopping com minha avó para escolher um presente de aniversário; ela sugeriu um videogame, então fomos a uma loja e testei o jogo Toy Story num Mega Drive, e quem sabe um jogo do Sonic, não lembro qual. Gostei bastante, mas no fim não ganhei o presente (acho que era muito caro na época).

Foram anos jogando pouquíssimo alguns jogos na casa dos primos (eu era muito tímido e preferia mais assistir aos outros jogando do que eu mesmo pegar o joystick), até que um dia meu pai chegou em casa com uma volumosa surpresa em forma de caixa retangular. Abri junto com meu irmão, que na época estava na transição bebê-criança (e não deve se lembrar de nada disso), e para nossa surpresa éramos, finalmente, donos de um poderoso videogame: o já mencionado Sega Saturn. A emoção foi grande, apesar de - e eu odeio lembrar que senti isso na época - fiquei meio decepcionado por não ter sido um SNES. Eu sei, eu sei, que burro eu era, tinha em mãos um videogame com capacidade para jogos em 3D; o mais próximo do "verdadeiro 3D" que o SNES poderia chegar era um limitado Star Fox. Mas fiquei muito feliz de qualquer jeito.

Caixa, joystick e aparelho.

O Sega Saturn, sem dúvidas, contribuiu muito para moldar minha personalidade. Eu nunca poderia esquecer as incontáveis tentativas de chegar cada vez mais longe nas fases de Die Hard Arcade, até meu irmão se dar conta de que o mini-game inicial servia para ganhar créditos suficientes para conseguir zerar o jogo. Acho difícil que muito mais pessoas, pelo menos aqui no Brasil, tenham passado pela mesma experiência de ter a infância tão marcada por este singelo Beat'em Up, uma vez que era tão raro encontrar um possuidor de Sega Saturn aqui. Pra falar a verdade, nunca encontrei outra criança que tivesse esse videogame, e raros eram os amigos do colégio que já haviam ouvido falar do console. Com sorte, talvez o leitor já tenha se deparado com a versão para máquina de fliperama de DHA em algum canto de país, mas era igualmente (ou mais) raro encontrar tal máquina em algum "fliper" por aí. Eu mesmo só vi uma ou duas vezes.

A clássica primeira "fase" de Die Hard Arcade.

E a emoção de virar (aqui no RS, quando alguém terminava um game, se falava que o maluco tinha "virado" o jogo, em vez de se usar o termo "zerar", como no resto do país) pela primeira vez o magnífico Sonic the Hedgehog 2 - que era um dos games presentes na coletânia Sonic Jam, para o Saturn -, e se apavorar ao ter que fugir imediatamente e o mais rápido possível da nave do Robotnik, com o fogo das explosões quase alcançando as costas do Sonic enquanto ele corria por sua vida, nossa! Eu segurava o botão direcional para a direita do joystick com toda a força que a apreensão me instruía a utilizar, e não largaria por nada no mundo até que Sonic estivesse, enfim, a salvo. Obviamente, hoje eu sei que não era necessário segurar o direcional para que Sonic corresse naquela parte, mas a ilusão de que era necessário me trouxe uma satisfação especial quando "escapei" e assisti às cenas finais do jogo.

Tela título de um dos melhores games já criados.

Bom pessoal, o texto já está bastante extenso, então talvez eu continue com as lembranças em breve. Obrigado aos que leram, e espero que tenham se identificado com, no mínimo, algumas das coisas que falei aqui. Té mais. 

quinta-feira, 24 de março de 2011

Novidade em Vamos Jogar Dead Rising 2 - Parte 23

Então pessoas, eu sei que disse que não ía mais postar novos vídeos de Dead Rising 2, mas é que bateu aquela vontade de atualizar o blog e compartilhar conteúdo, e como eu não tinha muito assunto novo... Uma coisa leva a outra.

Na verdade eu também quis postar o vídeo porque estou inaugurando no projeto uma nova forma de conversão dos vídeos: a partir de agora todos estarão disponíveis em 720p (HD) e em alta qualidade (consegui diminuir expressivamente a queda de definição quando há muita movimentação na tela), basta fazer essa alteração na barra de opções abaixo do vídeo (para isso é preciso estar na página do YT).

Para quem só assiste pelo Youtube e não acompanha meu blog, isso era pra ser uma surpresa, que acabei revelando mais no final do vídeo. Dêem uma olhada!


É isso, té mais.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O dia em que não pensei demais

Nessa postagem venho compartilhar convosco duas situações corriqueiras do dia-a-dia que ocorreram comigo no dia de hoje, que normalmente teriam causado constrangimento, vergonha e provavelmete seriam causadoras de longos momentos de reflexão sobre minha própria ridicularidade, mas que surpreendentemente, dessa vez, não me afetaram tanto.

A primeira foi por volta das duas da tarde, quando telefonei para o Instituto de Letras da minha faculdade para obter mais informações sobre o anúncio de uma bolsa, no valor de R$400,00 mensais, para ser o responsável pelo laboratório de informática do tal instituto.

Entre perguntas e respostas, me ocorreu a brilhante ideia de questionar sobre a possibilidade de cancelamento da bolsa, caso o compromisso acabasse prejudicando meus estudos. Foi só quando a professora responsável respondeu que, neste caso, preferiria que eu nem começasse - pois seria um grande inconveniente ter de fechar o laboratório no meio do semestre por causa da falta de comprometimento de um bolsista - que eu percebi a magnitude do meu próprio descaramento por "lançar" uma pergunta daquele naipe mesmo após ter lido as palavras "responsabilidade" e "assiduidade" na descrição dos requisitos que foi apresentada no anúncio.

A resposta dela, no primeiro instante, me deixou desconcertado de forma que só fui capaz de fazer mais uma ou duas perguntas, que eu tinha anotado previamente num papel ao lado do telefone para não esquecer, e logo em seguida agradeci brevemente e desliguei.

Eu sou do tipo de pessoa que fica realmente constrangida com esse tipo de mal-entendido (ela provavelmente deve ter me achado um "vida-boa" desleixado). Tem vezes que fico inventando, no banho, no ônibus, mil e uma coisas que eu poderia ter dito para desfazer a má impressão causada por uma frase impensada ou mal formulada. Fico pensando nas possíveis respostas da outra pessoa, e então nas minhas respostas às respostas dela, de modo que formo verdadeiros diálogos fictícios que poderiam ter se concretizado no mundo real se eu não fosse tão burro, imbecil, tonto, idiota, bobalhão e tantos outros adjetivos que só minha mente psicótica seria capaz de pensar.

No entanto, admirei-me por tal comportamento, dessa vez, não ter durado mais do que cinco minutos; após isso "liguei o foda-se", repeti para mim mesmo que aquela professora não me conhecia e nem ao menos vira meu rosto, e de fato consegui não me importar durante o resto da tarde.

A segunda situação foi quando, na saída da aula, ao seguir o corredor e descer as escadas, com dezenas de alunos conversando e fazendo barulho, atendi no meu celular uma chamada de uma moça que queria falar com o Giovanni. Reconheci a voz de uma ex-colega dos tempos do Ensino Médio e não tardei a verbalizar o mais informal dos "E aí?!'s" de que se tem notícia. O problema é que reconheci errado; me dei conta disso assim que a mulher fez uma pausa típica de quem não entendeu nada e depois, ainda meio sem graça, começou a falar que era da Cultura Inglesa, ao que eu respondi com um centésimo da graça dela: "Ah, sim...", e não consegui entender o resto devido à poluição sonora do lugar onde eu estava. Expliquei que não estava conseguindo ouvir e pedi que me ligasse em cinco minutos, tempo que eu levaria para chegar em local mais silencioso.

Cheguei em dois minutos, me sentei num banco e comecei a pensar em uma desculpa por ter cumprimentado a moça de maneira tão inapropriada. Eu diria, afinal, a verdade: confundi a voz e pensei que se tratava de uma velha amiga, que estaria com um novo número de telefone (isso explicaria o fato de eu ter falado daquela forma mesmo depois de ter visto que o número não estava na lista de contatos e me era completamente desconhecido).

Mas admirei-me pela segunda vez no dia ao repentinamente ser tomado por uma indiferença bestial, que me encorajou a ignorar quaisquer prestações de contas, pois afinal a pessoa que estaria do outro lado da linha nem fazia ideia de quem eu era. Fui tão bestial que nem esperei os três minutos restantes pela segunda chamada; eu mesmo liguei imediatamente para o número e fui o mais direto possível:
- Cultura Inglesa, pois não?
- Hãn... Me ligaram agora há pouco.
- Ah é, nós ligamos para avisar que o senhor pode marcar para vir fazer a segunda parte do teste de nivelamento. Não sei se o senhor ainda tem interesse de se matricular em algum curso...
- Pois é, não tenho mais interesse não.
- Ah, tudo bem então, só telefonamos para perguntar, como o senhor fez o teste objetivo no site, né...
- Não, tudo bem, obrigado.

Novamente perdi alguns instantes pensando que poderia ter explicado aquele "E aí?!" ou o porquê de ter feito o teste online (eu só queria me certificar de que o inglês escrito ainda estava afiado), e de novo me desvencilhei rápido dos devaneios, ri de mim mesmo, da minha cara de pau, da atendente da Cultura Inglesa e me concentrei exclusivamente nas pessoas que apareciam na janela, nas que entravam e nas que desciam do ônibus até que eu mesmo descesse na parada próxima à minha casa.

Não consigo atribuir nenhum motivo à minha mudança comportamental no dia de hoje, mas seja o que for, gostei.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Comunicado

Pessoal, hoje estou trazendo uma notícia um pouco ruim com relação ao futuro próximo do blog. 

Como vocês sabem, em fevereiro eu comecei meu segundo projeto de vídeos no estilo "Vamos Jogar" no Youtube, e parece que agora, por finalmente ter conseguido um PC inteiramente decente e poder gravar vídeos de maior qualidade, a coisa engrenou de vez. Já estou com 15 vídeos disponíveis (vejam o canal aqui), mais do que o dobro do meu primeiro projeto (iniciado há mais de um ano atrás e agora deixado meio de lado), e inclusive já há uma galera que está acompanhando e que, por mais que por enquanto ainda seja bem pequena, merece ser respeitada e levada em consideração.

Ando pensando também em iniciar novos projetos paralelos ao Vamos Jogar Dead Rising 2 para diversificar o canal do YT e agradar ao pessoal que curte outros tipos de games além de DR2. Eu interlacaria, portanto, os uploads de DR2, meu projeto principal no momento, com vídeos de outros games que eu ou a galera venha a escolher.

O problema é que isto toma bastante tempo, sobretudo a parte de "tratamento" e upload dos vídeos. Para gravar um vídeo no formato que estou fazendo são meros 15 minutos. O grande problema é que ele fica dividido em 4 ou 5 arquivos, fica com um tamanho absurdo e preciso convertê-lo e compactá-lo. Depois disso vem o próprio upload, que, graças à conversão, demora algo em torno de uma hora, somente. E aí, por fim, tenho que usar o Editor de Vídeos do YT para juntar todos os arquivos num único vídeo e publicar o resultado final. Agora imaginem isso tudo multiplicado pelo tanto de vídeos que eu tenho enviado ultimamente. É uma grande parcela do meu tempo livre dedicada a isso.

Adicionalmente, relembro-os de que estamos em março, e isso significa, feliz ou infelizmente, a volta às aulas na faculdade. O meu último ano de vida acadêmica foi bastante estressante, e por isso resolvi dar uma desacelerada, ou seja, cursar menos disciplinas para sobrar mais tempo para novos e diferentes afazeres, tal qual uma atividade remumerada em laboratório, secretaria, biblioteca, etc, ou então ingresso em algum projeto acadêmico, para integralização de créditos complementares do curso. Então apesar de estar fazendo poucas cadeiras, acho que não me sobrará tanto tempo assim.

Por essas e mais algumas razões - agora vem a parte ruim da história -, temo que eu tenha que deixar o blog em segundo plano para me concentrar mais no projeto dos vídeos. É verdade que nos últimos tempos tenho sofrido de "bloqueio criativo" para escrever, e não consigo pensar em muitas ideias além de discutir alguns filmes interessantes que vi nas férias. Se eu fizesse isso, o blog ficaria bastante repetitivo. Também optei por não fazer postagens com novos vídeos do projeto pelo mesmo motivo.

Não entendam mal; isto de maneira nenhuma significa que estou abandonando o blog. Apenas estou alertando o leitor de que talvez os posts fiquem mais "escassos" daqui para frente.

Feito pessoal, era isso que eu tinha a comunicar. Ah e não desistam do blog, hehe... Só tenham um pouco mais de paciência. Té mais.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vamos Jogar Dead Rising 2 - Partes 3 e 4

Fala aí, beleza? Mais um update dos meus vídeos de DR2: a parte 3, que já estava disponível mas não postei aqui, e a parte 4, que gravei hoje. A parte 5 também já está gravada, mas recém upei e por isso o Youtube ainda está processando, então achei melhor colocar aqui outra hora, quando já for possível assistir. Vejam aí. E divulguem. Por favor.



Té mais.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Review: Os Outros Caras

Ultimamente um dos atores que vem me chamando mais a atenção por trabalhos humorísticos no cinema é Will Ferrell. Quando você olha para a cara dele você já sabe que ele vai te fazer dar algumas risadas durante o filme. Isso, somado às quase sempre "peculiares" personalidades encarnadas por ele, resulta em alguns filmes de qualidade bastante discutível com uma aura de humor que pode não agradar ou não ser entendida por todos, mas quem gosta se mija rindo. Filmes de comédia ridícula, como Semi-Pro e Step Brothers, apesar de receberem avaliações não muito empolgantes da crítica, me fizeram soltar boas gargalhadas na frente da TV.


Entretanto, não posso dizer o mesmo de The Other Guys, que estreou no fim do ano passado nas telonas brasileiras. Não me levem a mal, ele tem momentos engraçados, é um bom filme, mas deixou a desejar para fãs específicos que acompanham, conhecem e esperavam o característico jeito-Ferrell de se fazer humor. Ainda mais para quem assistiu o trailer e disse a si mesmo que não poderia perder esse filme, como eu.

O filme aposta bastante na ação - por isso conta com algumas presenças de peso como Samuel L. Jackson, Dwayne Johnson e Mark Wahlberg -, intercalada por alguns momentos cômicos para quebrar o ritmo - daí a presença de Will.


O próprio trailer já confirma isso, misturando cenas alucinantes com diálogos bem cômicos, nos fazendo ficar com muita vontade de ver o filme. O problema é que os "atores de peso" mencionados parecem ter sido apenas uma estratégia de marketing para atrair o público, *SPOILER* (selecione o texto para ler) uma vez que os personagens de Samuel e Dwayne aparecem somente em algumas cenas no início do filme e logo morrem, lembrando o semelhante fiasco de The Expendables, no qual contávamos com cenas fodásticas de Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger, mas eles só apareceram em uma cena. *FIM DO SPOILER*


As piadas também pareciam muito mais engraçadas no trailer, mas durante o filme algumas delas soam forçadas e fora de contexto. Um exemplo claro disso ocorre numa hora em que Allen Gamble e Terry Hoitz (Ferrell e Wahlberg, respectivamente) estão sendo perseguidos em pleno trânsito de Nova Iorque quando Allen faz uma excelente manobra com o carro e Terry pergunta: "Onde você aprendeu a dirigir assim?", ao que o primeiro responde: "Grand Theft Auto!". Durante o filme inteiro não houve uma sequer referência à cultura gamer; Allen Gamble em nenhum momento demonstra na personalidade o menor resquício de um mínimo de familiaridade ou conhecimento sobre games. Mas mesmo assim, inesperadamente ele responde que aprendeu a dirigir daquele jeito no GTA... Fica difícil de engolir, além de sem graça.

A trama também não é nada que ainda não se tenha visto: uma dupla de policiais detetives atrapalhados, que não fazem nada direito e são constantemente ridicularizados pelos colegas; um esqueminha genérico de dívidas, desvio de dinheiro, chantagem e vista grossa das autoridades; resumindo: não vai surpreender.


Concluindo, The Other Guys é até um bom filme para passar o tempo, enventualmente dar uns risinhos, mas não fica à altura das expectativas. Conta com um Will Ferrell pouco inspirado e um Mark Wahlberg tentando dar uma de "transtornado-cômico" que não ficou muito bom, no meio de uma história supostamente séria e enrolada que, mesmo sendo clichê, não combinou com o clima satírico e pastelão que é transmitido. Não precisa passar longe do filme, mas também não espere "algo a mais".

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vamos Jogar Dead Rising 2 - Parte 2

Atualizando com a segunda parte da minha série de vídeos. Expliquei algumas considerações iniciais, e só no final do vídeo acabou aquele monte de cut-scene, então por enquanto teve pouca ação: dei porrada em uma dúzia de zumbis e salvei a primeira sobrevivente do jogo. Vejam abaixo e não percam a continuação.


Ah, e se lhes for conviente, espalhem pra um ou dois amigos. Té mais.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vamos Jogar Dead Rising 2 - Parte 1

E aí gente! Novo projeto na área: uma série de vídeos sobre o recente sucesso da Capcom, Dead Rising 2. Finalmente consegui uma placa de vídeo decente, que não só roda os games atuais com melhor desempenho, como também me permite gravar esses games, que são muito mais pesados do que clássicos antigos como Slent Hill 3.

Não pensem que estou abandonando completamente o projeto anterior, do Silent Hill, mas é que estou experimentando novos jogos e observando até onde essa nova placa é capaz de chegar. Então, por enquanto, vou pelo menos tentar seguir com mais alguns vídeos do DR2 (é difícil que eu chegue a terminar esse projeto, mas enfim...). Sendo assim, muito provavelmente vocês não verão mais vídeos de SH, a não ser que do nada me dê muita vontade de jogar de novo, sei lá.

Hoje só tem o vídeo da Parte 1, pois ainda estou tentando aperfeiçoar o formato do vídeo e do áudio para que sejam de alta qualidade. Naturalmente, quanto maior a qualidade, mais horas perdidas entre gravação e upload no Youtube, mas estou tentanto me acostumar e otimizar o processo. Confiram aí em baixo:


Tenho mais uns 20 e poucos dias de férias, então aguardem as próximas partes. Té mais.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

On the Road - Pé na Estrada - Resenha

Férias: ótimo período para realizar atividades para as quais nunca temos tempo (ou disposição) durante o ano letivo. Uma dessas atividades é a leitura.

Geralmente gosto de ler, mas convenhamos, quando se está estudando, é preciso ler e reler centenas e mais centenas de páginas de livros na maioria das vezes chatos para as avaliações, e nem isso é o bastante em muitos casos; ainda é preciso pôr os conhecimentos à prova em exercícios e problemas teóricos ainda mais tediosos e desgastantes, tudo para ficarmos bem preparados. E aí, na hora de aproveitar as escassas e merecidas horas de descanso e lazer, alguém acha que o sujeito terá ânimo de puxar da estante aquele clássico literário comprado há vários meses e começar a ler, por melhor e por mais fino que seja o livro? É muito mais provável que continue lá, empoeirado e mofando pelo resto do ano!

Pois bem, é por isso que chegam as férias. E nessas férias o último livro que terminei de ler foi On the Road - Pé na Estrada, o mais famoso e cultuado de Jack Kerouac, com tradução para o português de Eduardo Bueno. Peguei a última edição que saiu pela coleção L&PM Pocket, que é ótima para levar para qualquer lugar e tem um preço bastante acessível.


Não há mistério nenhum: On the Road, como o nome sugere, é uma história sobre uns caras que resolvem se aventurar nas estradas (em sua maioria) estado-unidenses, cruzando as terras americanas de tudo quanto é jeito. De leste a oeste, de oeste a leste, de norte a sul, de sul a norte e por aí vai. História simples, descontraída e libertária.

Pra falar a verdade eu fiquei sabendo de OtR só porque um dia eu estava pesquisando alguns livros influentes na literatura internacional e acabei sendo atraído pelo nome, que estava nas últimas colocações de uma lista das 100 melhores obras literárias de todos os tempos (ou do século XX, não lembro bem...).

A obra de Kerouac pode não ser um dos melhores livros do mundo, mas até que merece estar nessa lista por dois motivos: 
1. O jeito "largado" de escrever, que foi uma inovação que rompeu com todas as barreiras, convenções, formalidades, enfim, com todos os paradigmas do universo literário de sua e de anteriores épocas. 
2. A influência causada nas juventudes de muitas gerações no mundo inteiro e todo o reboliço gerado por esta influência.

A frase que abre a sinopse da minha edição começa com: "Responsável por uma das maiores revoluções culturais do século XX,...". E, após ter concluído o livro, não é difícil compreender e verificar a veracidade desta afirmação; basta olharmos os tantos movimentos de contracultura surgidos a partir da década de 60, logo após a publicação de OtR e outras obras de mesmo caráter, tais como os hippies, por exemplo. Além disso, pode-se observar o quanto os norte-americanos são atraídos pela ideia de cruzar o país de cabo a rabo em viagens em família pela estrada, que aliás reafirma a liberdade como uma das bases do conceito do sonho americano. Eu poderia perder horas citando filmes que refletem essa paixão americana, mas creio que não seja necessário aqui.

Se não tudo, pelo menos uma grande parcela dessa revolução teve seu início com OtR. É por isso que este livro é tão importante. É como se fosse um marco na história da civilização comtemporânea. Talvez seja.

A narrativa de OtR é simples, de fácil compreensão, fluída e muito rápida, exatamente como deveria ser uma viagem de carro para atravessar o país (e, já que este se estende por toda a porção de terra entre os oceanos Atlântico e Pacífico, consequentemente atravessar o continente) em poucos dias. Quem nos conta a história é o próprio protagonista, relembrando os acontecimentos do período mais agitado de sua vida, quando já era velho o bastante para ter se separado da mulher, mas ainda jovem para cruzar o país de carona e com não muito mais do que 50 dólares no bolso.

O autor, como explicado antes, poucas vezes se prende a formalidades literárias; escreve com alegria, com ingenuidade, com espontaneidade e indo direto ao ponto, sem meias palavras. Escreve o que vem à cabeça e o que lhe é estritamente relevante. Gírias ultrapassadas à parte, escreve justo como a mente de um jovem atualmente escreveria.

Nessa obra, o importante é a descontração, é a emoção de simplesmente viver livremente, momento a momento, é a facinação pela fantástica história de um cara que curtia ao máximo cada paisagem e cada peculiaridade de cada uma das milhares de pessoas vistas, conhecidas e conquistadas pelo continente adentro. É o barato de simplesmente ser, e não de complicar (coisa que o homem mais gosta de fazer).

Talvez o livro peque um pouco no que diz respeito à profundidade do desenvolvimento das personagens, que, uma vez que tivessem seus anseios e motivações mais bem definidas, poderiam adicionar conteúdo relevante à obra, apresentando novas visões de mundo e novas filosofias de vida, ou algo assim. Entretanto, isso iria contra o propósito fundamental do livro, que é simplesmente viver intensamente e ver o mundo antes de partir para outra ou nenhuma vida.

Por último, é impossível deixar de comentar o contagiante sentimento de revolta libertária inspirado por OtR. Depois de ler este livro (e também ajudado por minhas próprias reflexões), passei a ter uma visão um pouco mais ampla do mundo que nos cerca e concluí que o único que pode ser responsável por minha vida e minhas ações sou eu mesmo, doa a quem doer e seja isso bom ou não. Também fiquei com uma imensa vontade de fazer uma viagem de carro longa pelo Brasil nas próximas férias. 

Claro que aqui no noso país a coisa é meio diferente por causa das precárias condições da maioria das estradas estaduais e até mesmo de muitos trechos das BR's, que deveriam ser vias com constante manutenção para estarem sempre impecáveis e garantirem a máxima segurança devido aos grandes fluxos de tráfego, e também por causa da alarmante mortalidade no trânsito gerada pela prepotência, arrogância, imprudência e irresponsabilidade dos condutores brasileiros - se é que podemos chamar essa gente de condutores, quando tudo o que eles fazem é ceifar vidas de inocentes e a própria. Mas que deu vontade de pegar a estrada, deu.

Saindo da bronca e voltando ao livro, OtR é bom. Não genial, mas bom. Em alguns momentos podem se tornar um tanto cansativo, mas de qualquer forma vale o tempo gasto na leitura. Recomendo que vá à livraria e leia nas férias antes que acabem. Té mais.

EDIT (28/01/11) - Que coincidência, olha só a galera do Pipoca e Nanquim falando de On the Road só dois dias após o meu post aqui! Confiram nos links:
- Videocast 55 (Road Stories) no site NSN
- Videocast 55 no Videolog do Pipoca e Nanquim