segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vamos Jogar Silent Hill 3 - Partes 4 e 5

Gravei essas partes já faz um tempão, já estava tudo upado no Youtube, mas esqueci de postar aqui. Não estou jogando atualmente, então acho que deve demorar até sair a continuação. E gravar, converter, editar, upar e postar no blog dá um trabalho filadapú, muito chato. Mas de qualquer jeito, curtam aí o que tem por enquanto.





Té mais.

domingo, 30 de maio de 2010

SPA, o mal de uma geração

Fiquei com vontade de escrever sobre um assunto mais sério, pois já estou quase começando a me auto-diagnosticar com um problema assustador: a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). A SPA é descrita por Augusto Cury, um psiquiatra e escritor brasileiro (acredito que já mencionei ele uma vez aqui no blog), como um resultado do excesso de informações desordenadas com as quais somos bombardeados todos os dias atualmente, e produz sintomas tais como irritabilidade, problemas de memória e de concentração, alteração do sono e ansiedade. Vou falar algumas coisas que não só vêm acontecendo comigo, mas acredito que com várias outras pessoas também.

Ultimamente tenho tido alguns problemas não só para memorizar conceitos importantes para avaliações da faculdade, como para me lembrar de coisas em geral. Às vezes estou lendo um livro e em certo ponto é mencionado o nome de uma personagem da história, mas não consigo me lembrar quem ela é, fico confundindo com outras personagens e tenho que voltar não sei quantas páginas do livro para esclarecer quem é a tal personagem. Ou então estou falando com alguém sobre alguma coisa, aí o assunto dá uma pequena desviada e logo em seguida já não consigo lembrar o que estava sendo dito antes. Nomes de ruas também não consigo me lembrar de jeito nenhum, e por isso sempre fico embaraçado ao ter que dar informações para alguém na rua. E em várias outras situações a memória me falha.

Tenho sentido a questão da ansiedade também. São poucas as vezes em que consigo me sentir bem sem fazer nada. Sempre tenho que ficar fazendo alguma coisa, nem que seja desperdiçar todo o tempo na internet. E quando estou fazendo algo assim, sempre fico pensando que poderia estar fazendo outra coisa melhor, ou que deveria estar estudando. Sempre aquela tensão, não dá pra relaxar, sabe? Tem vezes que estou voltando da aula e fico pensando: Hoje vou estudar ou vou jogar um PS3? Mas aí chego em casa e fico enrolando no PC (Orkut, Youtube e outros males internetescos), com preguiça tanto de estudar, porque é chato fazer os exercícios, como de jogar videogame, porque muitas vezes faz tempo que não jogo e tenho preguiça de jogar aquele período inicial até me reabituar aos comandos do jogo. No fim não faço nem um, nem outro, e fica aquela sensação ruim de mau aproveitamento do tempo.

Cada vez mais somos entupidos com quantidades absurdas de informação. Basta olhar o terror que é estar no 3º ano do Ensino Médio. Para aumentar as chances nessa concorrência que é o vestibular, temos de nos submeter a 8, 9 horas que aula por dia durante a semana, muitas vezes temos aula aos sábados e domingos, juntando colégio e cursinho, e há gente que além disso faz cursos de língua estrangeira ao mesmo tempo. Isso sem falar no tempo que a criatura passa estudando em casa, por conta própria. E pra quê? Pra entrar numa faculdade, esquecer 80% de tudo e ser apresentado a quantidades maiores ainda de informação num tempo menor. Algumas aulas de faculdade precisam ser lecionadas tão rápido que chega a ser hipocrisia supor que o aluno tenha entendido tudo que foi dito.

Mas apesar disso, pessoalmente acho que o problema da SPA se dá majoritariamente por causa da facilidade de informação que a internet proporciona. Tu lê alguma coisa interesante ali, depois é levado por um link pra uma outra coisa lá, aí tu gosta do assunto, procura no Google e vê mais uma porrada de coisas sobre o tal assunto, e no final passaram 4 horas sem nem sentir a passagem do tempo. E tu nem consegue mais lembrar a primeira coisa que tu tinha visto.

Quer ver um exemplo? Faz tempo que não leio uma obra literária "expressiva", então estava fazendo uma busca por recomendações na internet. Bom, aí primeiro achei esse post aqui, do Nerds Somos Nozes. Depois fui olhar nos comentários do post e já consegui tomar conhecimento de mais algumas obras. Segui a busca e cheguei a diversos outros livros, mas não anotava nada, pois na minha cabeça eu estava só fazendo um overview, um "basicão" do que eu poderia pegar pra começar a ler. Fui indo, e nisso se passaram 2 horas de pesquisa.

Resultado: esqueci vários dos nomes dos livros que tinha achado interessantes, e agora não consigo mais achá-los. E os que eu lembro o nome, fiquei indeciso sobre qual começo a ler primeiro. Pesquisei tantas obras, tantas temáticas legais, li tantas opiniões diferentes sobre os livros, que agora não sei por onde começar. Fica uma sensação de imensidão, de que é preciso selecionar muito bem o que vamos ler, já que não podemos ler tudo nessa vida, e essa sensação nos deixa perdidos, nos gera ansiedade. É por isso inclusive que hoje em dia as pessoas gostam tanto de listas de Top 10 isso, Top 50 aquilo, Top 100 whatever, etc. Mas isso já é assunto para outro dia, hehe.

No passado, não se tinha tanta informação à disposição com tanta facilidade e rapidez. Tu ía lá comprar a fita ou o vinil do artista tal porque tu via um clipe dele na TV, uma música no rádio ou porque um amigo teu tinha te indicado. Hoje nós temos acesso a catálogos colossais de artistas de estilos inimagináveis num piscar de olhos, digo, num clique do mouse.
Tudo que é demais faz mal, como é de conhecimento geral. Saber muito é legal, mas pegar leve e dar um tempo pro cérebro também. Um amigo indicou um filme que ele achou muito bom? Confie nele; veja logo o filme em vez de ficar procurando algum outro considerado melhor pela crítica. Se for legal, beleza. Se não for, pelo menos agora tu tens uma opinião própria agora!

Renato Russo reclamava da "geração Coca-Cola". Será que algum dia vamos ter alguém para reclamar da nossa deprimente geração Internet, do excesso de informação mastigada, da falta de pensamento crítico, ou estamos condenados engolir a alienação proporcionada pelos Cines, Restarts e o caralho a quatro para sempre? Que tal produzirmos um pouco de conhecimento? Vá escrever.


Desculpas e outras coisas quaisquer

Primeiramente gostaria de me desculpar pelo texto totalmente nonsense do último post. Sabe como é, né? Às vezes estamos sem inspiração... Queremos escrever, mas não sabemos sobre o que, aí do nada dá um estalo na cabeça e surgem umas ideias muito loucas (interprete "loucas" da maneira que quiser), que a gente acha que vai ficar legal mas depois fica "nada a ver".

E o texto de hoje, contrariando a premissa básica de "aprender com os próprios erros", vai continuar seguindo esse estilo falar o que vier à mente. Nenhum assunto específico, nada de roteiro, só um amontoado de pensamentos. Mas dessa vez tentarei escrever, sei lá, alguma coisa não tão "Mas hein?!"

Creio que os últimos posts, em geral, não tenham sido assim tão chatos, mas percebi que sempre uma hora ou outra tenho uma "recaída" e acabo fazendo um post puta pé-no-saco. Tem assuntos que simplesmente não são legais. Ponto. Tipo, ninguém quer saber como acordei no domingo, ou como é a merda da cadeira de Equações Diferenciais do curso de Engenharia Mecânica, ou se a tal da Lady Gaga tem pinto ou não (tá, sobre a última as pessoas só fingem que não querem saber). Que coisa chata, cara. Tudo bem, até pode ter um louco lá que também fez a cadeira de Equações, que por acaso leu o post e achou legal, mas voltando à cruel realidade, qual a probabilidade de isso acontecer, sobretudo no meu blog? Nem sequer me preocupo em fazer uma divulgação decente desta naba!

Sempre quando eu me toco que estou começando a colocar uns textos muito sem noção ou de público alvo muitíssimo restrito, ou até mesmo quando começo a postar asuntos repetitivos um atrás do outro, tento reler algumas das minhas próprias postagens lá do início do blog, para tentar meio que "voltar às origens" e buscar inspiração para assuntos mais legais.

O problema é que com a rotina da vida e outras preocupações, a gente acaba ficando sem assunto de vez em quando, embora não tenha perdido a necessidade de se comunicar. É aí que sai merda.

E isso acontece até na vida real mesmo, já repararam? Tem vezes que tu está com muitas provas pela frente, e fica o tempo inteiro estudando por vários dias. Daí quando chega num intervalo entre uma aula e outra na faculdade, por exemplo, tu fica sem o que falar com os colegas. O máximo que tu consegue é puxar papos do tipo "Pô, e aquela questão da prova tal, tava foda, hein...", ou "Bah, tu conseguiu fazer aquela questão tal da lista de exercícios? Será que vai cair uma assim na prova?". Isso acaba se tornando um papo muito chato porque todo mundo estudou afu em casa em ninguém quer ficar falando de aula, estudo e provas no tempo livre do intervalo. Aí tu termina o assunto rapidamente, e fica aquele silêncio constragedor, todo mundo esperando alguém falar alguma outra coisa...

Quando estou sem ideias e não estou com tanta preguiça, também procuro ler outros blogs e ver que tipos de assuntos eu acho interessantes, e tento analisar o porquê de serem interessantes ou não. Assuntos polêmicos, por exemplo, sempre dão um up quando a coisa está meio parada. Quem é que não curte uma polêmica, né? Basta dizer que tu não acredita em Deus e voilà: tu tens automaticamente 197.546 comentários no seu post ou vídeo. Ah e falar mal de algo também é uma ótima estratégia, pois gera atrito de opiniões, e por isso sempre gera polêmica. Se tu falar algo como "Eu não acredito em Deus, e ele é otário", por mais incoerente que essa frase possa ser, pode esperar comentários de todos os tipos pelo resto da vida.

Outra coisa que sempre dá certo é o humor. Fazer as pessoas rirem, aliás, é a chave-mestra para quase qualquer obstáculo na vida. Quer dinheiro? Não vá fazer malabarismo com três limões no semáforo. Peça ao motorista para abrir a janela e conte uma piada. O teu vizinho não vai com a tua cara? Ridicularize o time de futebol rival do time que ele torce. Tá difícil catar mulher? Primeiro faça-a sorrir com um comentário ou uma ação idiota. Quer amigos? Seja palhaço, deixe as pessoas rirem de ti.

É claro que existem diversos tipos de humor; o que agrada Fulano pode não ser engraçado para Ciclano, e vice-versa. Mas o que interessa é que tu sempre acerta o gosto de alguém. Para cada pessoa que achou de mau gosto há outra que se cagou de rir.

Eu juro que ía falar de alguma outra coisa que agora esqueci, mas de qualquer jeito o post já está bastante alongado, então fico por aqui. Té mais.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Diálogo

- Já reparou como o tempo é uma coisa importante?
- Ô, se é... Principalmente agora.
- Viu?
- O quê?
- Tua frase.
- Que tem ela?
- Tu relacionou a importância do tempo a um instante de tempo.
- Como assim?
- É, tu disse: "Principalmente agora."
- E tô errado?
- A questão não é essa.
- É o que, então?
- É esse negócio do tempo, cara. A gente relaciona o tempo a tudo; aliás, relacionamos tudo ao tempo.
- Pois é.
- Olha só, a gente usa o tempo pra entender tudo. Deixa eu ver... Ó a escola, por exemplo. Pra gente compreender a nossa sociedade, a gente precisa estudar História, porque pra saber como as coisas são hoje, precisamos saber como as coisas eram no passado, e como e por que tudo mudou.
-Sim.
- Biologia, então. Por que o ser humano é do jeito que é? Pra saber isso temos que entender que tudo foi evoluindo com o passar do tempo, que antes tinha o peixe lá, depois ele foi pra terra e foi se modificando até virar um mamífero.
- Cuida o sinal.
- Até na nossa fala, cara. Pra entender completamente as ideias a gente precisa da noção de tempo. Eu vou, eu fui, eu ía, eu irei...
- É, tem razão.
- E o mais louco é que essa noção é criada pela cabeça do homem. Nós que criamos isso, e usamos isso em tudo.
- É, é incrível como nós ficamos tão dependentes de coisas que nós mesmos criamos, que não existiam antes.
- Certamente. E se for parar pra pensar, nós criamos essa noção, mas nem nós mesmos sabemos direito o que é.
- Não sabemos o que é o quê?
- O tempo, porra!
- Cuidado aí, olha pra frente, pô.
- Tá, tá... Mas quer ver? Me diz aí, que que é o tempo?
- É... É... Pô, é o tempo. Não tem o que dizer, É auto-explicativo.
- Ah, difícil, né... Agora me diz: como é que se tu falar a palavra "tempo" pra uma pessoa, ela entende automaticamente, como se já nascesse sabendo?
- Sei lá.
- É, porque se tu falar "tempo", não é que nem falar "pedra", por exemplo. Uma pedra é um objeto, uma coisa absoluta, não é uma ideia abstrata...
- Não sei... Acho que é a mesma coisa que falar em amor. Tu só sabe o que é e pronto, não dá pra descrever através de coisas concretas.
- Bom, mas há quem não acredite em amor. E um pivete de 11 anos que nunca namorou ninguém, sabe o que é amor sem nem vivenciar? Já o tempo esse mesmo moleque sabe o que é.
- Se ele tem uma família boa, ele sabe que ela ama ele, mesmo que ele ainda não ligue pra porra nenhuma. Vai dizer, essa molecada de hoje só quer saber de jogar jogo no PC.
- Hahá, é verdade.
- E outra coisa: e um bebê de um ano vai saber o que é o tempo?
- Aí é que tá, eu acho que sim, cara.
- Ah, vai se foder.
- Não, espera, deixa eu falar. Eu acho que sim, porque talvez seja uma coisa de instinto. O homem criou na própria cabeça a definição de tempo, mas será que um animal não tem noção de movimento do tempo?
- Pensando assim, acho que sim, né?
- Sim. Olha só. Eu como alguma coisa. Dali a pouco, eu sei que eu tenho que comer de novo. Como é que eu sei?
- Porque senão tu morre, ora.
- Tá, sim, mas digamos que eu sou um animal. Eu não penso. Eu sei que tenho que comer de novo porque o estômago começa a doer de fome, certo? Talvez um animal não tenha uma noção de passagem contínua do tempo, como nós, mas instintivamente ele tem uma noção de mudança de estado. No caso, o estado "sem fome", no qual ele descansa, e o estado "com fome", no qual ele procura alimento. É uma noção de ciclo.
- Tipo aqueles povos antigos lá, os... Hãn... Maias. Os calendários deles eram todos em círculos, por causa dessa percepção de tempo como um ciclo.
- Sério?
- Aham. Ó, vira ali.
- E os caras faziam altas previsões, né?
- Sim, pelo que ouvi por aí.
- Esse tipo de coisa que eu acho muito foda, cara. Olha a capacidade da mente. O cara percebe padrões e usa isso pra prever o que vai acontecer daqui a não sei quantos anos na frente.
- Pois é.
- E o futuro é uma coisa fantástica. Na prática o futuro não existe, só o que existe, a cada intante, é o presente. Mas a gente consegue pensar no futuro de modo a fazer planos pra daqui a vários anos.
- Sim.
- Outra coisa é o limite entre o imprevisível e o previsível. Eu posso até fazer planos, mas não sei nem se ainda vou estar vivo. Mas se eu te disser que daqui a alguns centésimos de segundo eu vou falar mais uma palavra, não só posso te afirmar com certeza que vai acontecer, como de fato já aconteceu. Até que ponto se pode ter certeza sobre o futuro? Ou será que nada é cem por cento certo e tudo são probabilidades?
- É...
- Tá achando muito louca essa conversa, né?
- Eh, não...
- Ah, pode falar, rapá!
- É que é meio sem sentido ficar pensando nisso tudo.
- Ah, mas esse é o principal problema das pessoas hoje. Elas não pensam nisso. Aliás, elas não pensam. E sabe por quê? Justamente porque quando elas pensam elas chegam à conclusão que nada faz sentido.
- Tá dando uma de filósofo agora? Vai ter que parar de fumar bagulho antes de trabalhar, hein...
- Típica resposta de quem tá perdendo a razão.
- Tô perdendo nada, tu é que tá viajando demais.
- Pára pra pensar um pouco, cara. Não tem um pouco de verdade isso que eu tô falando, que as coisas não têm sentido?
- A vida tem sentido. É ser feliz. Ou tentar, pelo menos.
- Ah é? Pensa no que te faria feliz. Por que te faria feliz? Porque alguém antes já definiu que é isso que faz as pessoas felizes? Melhor ainda, o que é felicidade?
- Só pergunta difícil, hein.
- É aquilo que eu disse antes. A felicidade, assim como o tempo, é uma ideia criada pelo homem pra tentar dar sentido pra vida, porque ele não se conforma que as coisas não tenham sentido nenhum de existirem. Olha os animais de novo, cara. Eles só nascem, comem, bebem, crescem e morrem, mas antes procriam, só para acontecer de novo a mesma merda até o fim dos tempos, se é que haverá um. Qual o sentido disso?
- Talvez nada tenha sentido mesmo.
- Exato. Qual o sentido de estarmos fazendo isso aqui? Apenas atrasar o curso "natural" de acontecimentos, que gerarão acontecimentos, que gerarão mais acontecimentos num ciclo que sabemos que não tem fim.
- Aos olhos de um "ser maior", sim, mas para uma pessoa pode ser o presente de continuar desfrutando da "falta de sentido" da vida dela.
- O que dá na mesma, já que não tem sentido nenhum mesmo.
- Hahahá, tu não tem jeito... Putz, é ali. Pára logo aí.
- Pensando bem, cara, acho que às vezes é bom dar algum sentido à vida. Senão pode dar nisso.
- Tira essa merda de cinto e vai me ajudar a pegar a maca de uma vez!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Desmistificando tribos urbanas: Fanboys

Depois de alguns séculos sem falar das tribos (e algumas semanas sem nem escrever), resolvi fazer de uma vez por todas o encerramento da matéria, que por sinal, juntando todos os textos, ficou imensa. Então, finalmente, vamos ao raio-x da fervorosa tribo dos Fanboys!


Explicando o (aparentemente) óbvio

O termo fanboy é de intuitivo entendimento. Se tu é muito fã de alguma coisa e é um cara, então nada mais óbvio do que te chamar de fanboy. Para o caso das meninas, logicamente o termo muda para fangirl.

Acredita-se que essa denominação, apesar de muito óbvia, tenha se popularizado somente com o surgimento dos fóruns de discussão na internet. Em fóruns de assuntos específicos (relacionados à cultura pop em geral), "fanboy" era o termo usado para se referir a uma pessoa que fosse muitíssimo fã de determinado filme, quadrinho, série de televisão, personagem, etc. "Mas qual a diferença entre um e um fanboy?", tu perguntas. Bom, na realidade, fanboys não são simples fãs. São um pouco mais do que isso...


Fã é apelido

Me perdoem, mas acho que o melhor modo de definí-los é assim: Fanboy é um fã doentio de alguma coisa.

Digamos que um cara é fanboy de uma revista em quadrinhos da empresa "tal". Se essa empresa vai à falência e essa revista nunca mais é publicada, o fanboy em questão ficará dois meses na cama. Não terá sequer forças para se levantar, de tão deprimido. Com sorte, ele sobreviverá e seguirá com sua vida, embora seja provável uma sequela irreparável para o resto da vida. Com a "morte" de sua amada revista, morre também uma parte dele mesmo.

Fanboys da Nintendo: alguns exageram um pouco, mas tá valendo.

Em outras palavras, fanboy é um cara que é realmente muito fã de algo, pra valer. Se serve uma medíocre comparação, fanboys são fãs na mesma intensidade que Chuck Norris, Kratos, Seu Madruga e Bear Grylls, juntos, são fodões.


Amor, devoção, orgulho e nada de desaforo

Fanboys sabem muito sobre a coisa da qual eles gostam. Eles pesquisam incessantemente sobre o assunto amado para decorar e saber o quanto for humanamente possível, e estudam a fundo as plausíveis explicações para questões não tratadas oficialmente, criando suas próprias teorias sobre tais questões. Há fanboys de Star Wars que veem um dos filmes todo santo dia, ou que veem as duas trilogias todo fim de semana, para sugar toda e qualquer informação ou detalhe sobre a história. Alguns até mesmo se prestam a decorar vários trechos de diálogos só como passatempo, por falta de fatos a serem descobertos sobre os tais filmes, já que eles já sabem tudo.

Fanboys - Esse filme eu não poderia deixar de citar. Não foi lançado no Brasil, mas assista.

Se eu só pudesse citar uma virtude (ou defeito) de um fanboy, seria o orgulho. Fanboys acreditam cegamente que o que eles gostam é absolutamente o melhor em sua categoria, e nunca haverá nada igual e isso nunca mudará. Se o cara é fanboy do Homem-Catarro, ele será o maior e mais poderoso super-herói de todos os tempos, não importa o que os outros digam. E outra coisa que o fanboy não admite é que falem mal do objeto de admiração dele. Ele defenderá com a vida o Homem-Catarro, inclusive brigando (geralmente de forma verbal, pois fanboys tendem a ser franzinos e asmáticos) com qualquer um que queira humilhar o super-herói que ele ama.

É por isso que fanboys conseguem ficar horas e horas discutindo com outros fanboys. Eles sabem tanto sobre o que eles amam e são tão orgulhosos, determinados, que levam muito tempo para começar a ficar sem contra-argumentos para afirmar o quão melhor o Homem-Catarro deles é melhor que o Homem-Pudim do grupo de fanboys rival. Com relação a isso, eles são legítimos "brasileiros": não desistem nunca.

Discussão entre fanboys: sempre sai algo engraçado.

Algumas vezes chega a ficar ridículo, pois eles defendem com tanta, mas tanta paixão que perdem a cabeça e utilizam artifícios sujos para tentar prevalecer sobre seus rivais (partindo para ofensas pessoais ou para agressões físicas, em certos casos). Quando sabem que estão quase perdendo a discussão ou já perderam, mesmo assim continuam lutando irracionalmente para não serem humilhados pelo fanboy rival. Por isso alguns fanboys são chamados de irritantes e "sem-noção". De fato, há alguns fanboys que não dá pra aguentar.


Não sabe? Pergunte a um fanboy!

Gaste muito dinheiro para ter uma igual ou... Tenha um amigo fanboy!

Creio que todo fanboy seja um pouco nerd ou geek. Pode-se dizer que um fanboy é um nerd altamente especializado em uma única coisa. Nerds e geeks em geral sabem bastante sobre vários assuntos de interesse, mas definitivamente não com a profundidade de um fanboy. E não é raro achar um fanboy otaku, já que animes e mangás também geram legiões de fãs pelo mundo afora hoje em dia. O que importa é que fanboys entendem pra caralho do que eles gostam. Então em caso de dúvidas, já sabe qual enciclopédia procurar.